No século XVIII, houve diversos ideais de libertação, nessa época houve a luta e a conquista pela independência nos Estados Unidos, a Revolução Francesa, em que os franceses, em especial a burguesia, queriam o fim daquele regime em que o rei se colocava a frente de todas as decisões no país, com altos impostos e posições privilegiadas na sociedade, além é claro, da tentativa do Brasil por sua independência, tanto na Inconfidência Mineira, quanto na Conjuração Baiana. Em todos esses eventos se buscava uma liberdade, que no fundo era total liberdade, pois na república norte-americana instalada aquela época escravos continuavam sem seus direitos respeitados e nem mesmo as mulheres tinham direito a voto, outro fato era o desprezo a etnia negra, coisa que só foi resolvida tempos depois, participando dessa defesa inclusive Martin Luther King, que lutou pelos ideais dos negros. Já na Revolução Francesa os maiores beneficiados foram os burgueses, e ai se criou a faixa proletária, participando dela pequenos artesões e camponeses. Em nenhuma etapa da revolução houve definitivamente liberdade por parte do povo francês. Os ideais da Inconfidência mineira buscavam benefícios para as classes mais altas da sociedade da época, deixando de lado os interesses de escravos e dos povos mais pobres. mas depois dessas épocas, olhando a atualidade, será que enfim existe a liberdade?
Em tempos anteriores costumaria-se dizer que o povo não tinha liberdade, escravos estavam sujeitos a colonizadores, o povo ao rei e a igreja, o governo não dava liberdade de expressão, caso comum em diversos países latino-americanos, até pouco tempo atras. Se voltarmos para a atualidade, em muitos países ainda existe essa dominação, como em alguns países asiáticos e africanos. Embora, lembremos esses países, pode-se constatar com facilidade que em qualquer país a liberdade mesmo não existe por completo. Talvez ao lembrarmos de escravidão o mais conveniente seja voltar-se aos regimes autoritaristas, aos processos de colonização, aos trabalhos forçados e uma série mais de eventos, mas o caso é que a escravidão não necessita ser física, bem explicita, visível, inclusive a maior escravidão que vivemos é a ideológica, movidas simplesmente por idéias incutidas na cabeça das pessoas, de modo que elas se sintam realmente livres, muitas vezes nem conseguindo explicar o porque de agirem daquela maneira. Mas é comum enxergarmos a liberdade como boa, mas é lógico que sendo ela ilimitada problemas iram ocorrer.
Talvez a concepção de liberdade para muitos está atrelado a liberdade do outro, e quando considerado a lei da causa e o efeito essa concepção faça sentido, pois é comum uma ação implicar em outra e por muitas vezes a vontade de um individuo restringir a de outros, caso esse que justifica a liberdade sendo ilimitada não ser boa. limites são importantes, Montesquieu já defendia ser as leis responsáveis por assegurar a liberdade de um povo, um povo em que leis não são vigoradas não é possível ter cidadãos livres. Por outro lado o exagero da restrição impede a liberdade das decisões de um individuo, fato esse justificado pelas concepções ideológicas, por muitas vezes consumistas, interligadas principalmente a mídia.
Portanto, saber entender o papel da liberdade e da limitação em convivência numa sociedade é de total significância para se viver bem, assim como o equilíbrio ecológico em um habitat, em que há uma harmonia dos seres vivos com o meio abiótico.