segunda-feira, 8 de julho de 2013

Viver do Passado

            Muito do que existe hoje se explica pelos fatos ocorridos no passado, é assim com as ordens sociais, manifestos, revoluções e tantos comportamentos de uma nação e seus cidadãos e um desses fatos é a necessidade vista de dispor certos privilégios a uma parte afetada historicamente pela população como meio de consertar certos inconvenientes e erros acometidos. A intenção disso é dispor um certo nivelamento da população e que contribua de forma justa para o crescimento adequado de seus cidadãos com equidade. 
        Um exemplo disso é a questão do uso de cotas raciais em concursos e vestibulares, pois historicamente aprendemos que no Brasil os negros eram tratados como escravos e que quando ganharam a sua liberdade, simplesmente foram abandonados a sua liberdade, sem um meio adequado de crescimento. Para que essas diferenças não continuem aparecendo em nossa realidade atual, uma das práticas que o país adota é essa. Além disso, existem muitas outras coisas que ocorrem no mundo e as transformações por que ele passa dependem por vezes de questões e conflitos que envolvem o passado, como é o caso da questão econômica do Paraguai, que no século XIX apresentava um alto índice de crescimento, inclusive no que se refere a questão do alfabetismo, já que praticamente o analfabetismo desse país naquela época era quase erradicado e hoje o país é mais pobre dos países platino e figura entre os mais pobres países latinos.
              No entanto, enquanto se vive recordando o passado, em função dele, dificilmente uma nação, os cidadãos, conseguiriam superar essa dependência, pois no fundo tudo acaba remontando o passado e as marcas acabam sempre sendo figuradas no presente. É como passar horas diante de um quadro de um pintor famoso da renascença ou outra época a contemplá-lo, pois sempre recordaremos da época em que ele fora pintado e das intenções do artista e do contexto que ele vivia. Recordar o passado com certeza não é ruim, mas se quisermos superar algo, um problema do passado, torna-se inevitável deixar de remontar o passado, de viver e recordar os erros que ficaram.
              O fato de uma nação evoluir não quer dizer que ela deva de fato esquecer do passado, mas como toda evolução os problemas devem ser pensados em ser eliminados. Deste ponto de vista, a melhor maneira de superar o racismo é realmente extinguir de vez qualquer modo segregacionista que exista em uma sociedade, em que de fato cada cidadão seja visto como pessoa e em seu real problema que passa, no presente. É assim que uma nação evolui, tendo em vistas as reais necessidades do presente e buscando o mais rápido possível superar os traumas passados, foi assim que a Europa se reconstruiu depois de duas guerras mundiais e é assim que a Russia vem crescendo depois de perder a Guerra Fria.