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Um dos maiores hábitos existentes em diversas culturas dentre diversos povos é o de acender uma vela para comemorar cada ano de vida da pessoa, lógico que sobre o bolo de aniversário, isso quando não há a representação numérica da idade da pessoa indicada pela própria vela. Em geral, essa forma de visualização remete a ideia de contagem progressiva da idade a partir do momento do nascimento, o que nos dá a impressão de comemorarmos mais um ano de vida de um determinado indivíduo. De modo mais simplificado, seria como enxergar a passagem da vida a partir de sua origem, nascimento, e portanto, representarmos mais um ano de vida, o que significa acender mais uma vela ou uma nova vela (às vezes duas ou em casos mais escassos até três novas velas).
Assim como se pode comemorar uma ano a mais de vida, na visão geral e normal para uma sociedade, não seria nada desinteressante se uma certa pessoa enxergasse o lado complementar disso tudo, ou seja, ao invés de um ano a mais de vida o que ela enxergaria era um ano a menos de vida, e partindo desse pressuposto poderia-se recorrer ao ato de apagar uma vela à acender outra. Isto não seria absurdo se partir do pressuposto que a idade que se passa é uma idade que não retorna e por conta da lei natural da vida, há um ciclo vital ao qual todos estão subordinados e que o seu último estágio, que é a morte, vai se tornando cada vez mais próxima a medida que o tempo vai passando. Se olhar por este lado, poderia se imaginar que a cada instante de tempo vivido o indivíduo estaria "morrendo" para um determinado estágio da sua vida, algo bem natural ao ciclo da vida.
Como não se pode prever a finitude da vida do ser humano, mesmo tendo por base a expectativa de vida humana da região em que ele habita, logicamente não há como formar uma contagem regressiva da vida. É fato que se assim fosse vista à vida, as pessoas em geral não despertariam uma boa relação com as festas de aniversário, pois em geral a concepção da morte gera desconforto ao ser humano, e muito provável, um aniversário não seria uma festa. Em todo caso, quando se analisa a idade, quando se analisa o ciclo natural da vida e a sua expectativa, há lógica em enxergar um aniversário não como um ano a mais de vida, mas sim como um ano a menos de vida.
É lógico que o ciclo natural da vida nem sempre é completo, tendo o nascimento, crescimento, reprodução, envelhecimento e por fim a morte, e mesmo as expectativas de vida são fatores inconstantes que variam com o decorrer das épocas e do modo de viver humano, o que torna algo inviável o ato de "apagar uma velinha por ano", pois podemos prever a idade progressiva da vida, mas não a regressiva, mesmo sabendo que a vida tende a se encaminhar a sua finitude naturalmente, pois com o tempo o corpo envelhece, o organismo tende a enfraquecer, os órgãos, glândulas, células e demais partes do corpo se tornam mais debilitadas e limitadas devido ao processo natural do tempo de vida.
O ato de acender velas também faz parte da memória aos entes queridos, não se trata de uma exclusividade da comemoração da vida terrena, pois no fundo uma vela acesa representa sempre uma fonte de luz, luz essa que indica a esperança de uma vida. De qualquer forma, o melhor é acender as velinhas do bolo de aniversário e comemorar as lembranças das idades vividas ao lembrar da proximidade com a sua finitude.