sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Argumentos e opiniões

          Opiniões não valem como argumentos ou será que vale?
          Em geral, argumentos necessitam uma fundamentação teórica embasada em conhecimentos pré-definidos ou estudos realizados anterioriormente, sejam estes por meio de levantamentos estatísticos ou pelo método da observação (método empírico utilizado pela ciência como meio de validação de fatos). No entanto, isto não significa necessariamente que argumentos não sejam falhos, até mesmo porque muitos argumentos podem partir de hipóteses que podem ser rebaixadas por meio de outros argumentos que se utilizam de métodos científicos. Mas será que argumentos podem prover de opiniões?
          Certamente achismos são de longe vistos desinteressadamente por textos técnicos e formais, bem como teses e dissertações, porém no dia a dia a avaliação das pessoas sobre quaisquer temas que entrem em discussão não se prende a dados científicos ou constatações, o conhecimento por muitas vezes é visto como algo subjetivo e não objetivo. A subjetividadde por vezes se atrela a própria realidade que a pessoa que emite um juízo de valor convive ou mesmo em sua experiência própria de vida. Um grande problemas das opiniões é que não é díficil de descontruí-las com base em raciocínios lógicos uma vez que seu emissor pode, o que facilmente ocorre, cometer certas contradições ou não conseguir defender aquilo que apóia quando é indagado ou pressionado sobre o tema debatido.
          Quando se acredita na ciência e a utiliza como fonte de argumentação o que se espera é que o seu método possua validade e principalmente aceitação e é lógico que isso torna a defesa de um ponto de vista mais confortável. Entretanto o que acontece muitas vezes é que temas, principalmentes os mais polêmicos, não são respondidos definitivamente pela ciência, pois ela não define uma verdade absoluta, embora ela tente encontrar uma melhor colocação para cada tema que seja abordado. Também pode acontecer de pessoas, ao debater determinado assunto, se colocar na posição de especialista e trazer de certa forma a verdade para si como se aquilo que ele entende, procurar observar e estudar, fosse a solução definitiva de um problema, porém as circunstâncias podem não reproduzir aquilo que era o esperado.
          Temas que trabalham com questões sociais não devem ser simplesmente debatidas se elas também não forem observadas e analisadas a partir de fatos, da realidade e do resultado de suas decisões, pois assim opiniões jamais construiriam argumentos. Um bom método de argumentação deveria pautar não só a fundamentação da teoria de um assunto (sua justificativa) mas também um método apropriado e uma reflexão aprofundada dos resultados de um ponto de vista, ou seja, nas consequências, sem que para isso haja um desprezo às circunstâncias (contextos).
          Em suma, opiniões são muito mais frequentes do que argumentos. Além disso, o conhecimento objetivo não precisa a todo instante se sobrepor ao conhecimento subjetivo, até mesmo porque as pessoas são diferentes não só em suas opiniões, mas também em todo seu contexto, seja ele cultural, histórico, social, de fenotipo, de dons e habilidades, entre outros. No fundo esta diferença é relevante e não só pode como deve ser constrututiva.