Encontrar um elo entre duas definições claramente opostas parece ser uma das maiores dificuldades. Pessoas em geral são diferentes e por mais próximas que pareçam entre si, sempre haverá diferenças, seja em questão de opiniões, seja em questão de escolhas pessoais, seja em habilidades e dons, seja em gostos ou seja em vocações. Enfim, pessoas sempre vão apresentar distinções entre si. Mas seria isso um problema?
Certamente se as diferenças fossem problemas elas seriam de difícil solução. Há quem diga que a melhor maneira de lidar com as diversidades seja o respeito. No entanto, caberia a cada um de nós refletir o que seria esse respeito. Abandonar as próprias convicções para abraçar as convicções alheias achando que isso condiz com o respeito certamente não é algo prudente. Respeitar não pode ser confundido com um apoio, uma compactuação ou uma defesa. Até mesmo porque deixar uma posição para assumir outra simplesmente por acreditar ser isso um sinal de respeito pode levar a uma convicção puramente subordinada, a qual o poder de decisão é simplesmente transferido a outro, o que incorreria na alienação.
Entender que as diferenças existem e saber a importância disso é bom. Pois quando se há diferenças se há diversidades, principalmente em relação a habilidades e capacidades de realizar coisas distintas. Em uma empresa por exemplo há necessidade de diversas especialidades, que certamente são supridas por diversos profissionais e cada um deles terá suas próprias personalidades, suas características, qualidades e defeitos. Como sempre haverá imperfeição em todos em alguma função, a habilidade e especialidade de outros suprem essa falta. Assim, é mais produtiva uma equipe formada por diferentes que aquela formada por iguais, pois os iguais apresentam as mesmas habilidades e os mesmos defeitos, o que além de não suprir as debilidades da equipe ainda pode emergir os conflitos de ideias e perspectivas daqueles que detém as mesmas habilidades.
Assim, respeitar as diferenças não é abandonar suas capacidades e suas reflexões, respeitar é apenas compreender a necessidade do diferente, entender os porquês cada qual dentro de suas características pessoais, sem intrigas, sem excessos e exageros, convivendo em discursos coerentes e construtivos, compreendo cada momento e cada instante, sem se deixar descontentar por considerações ideológicas, políticas ou mesmo culturais. A igualdade em si deve se dar no respeito e na capacidade de enxergar a humanidade no próximo, porque de resto sempre haverá a diferença, e é a diferença que constrói a diversidade, a riqueza da diversidade.