quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O Mundo Evolui com o Tempo

         
Imagem disponível em oglobo.globo.com.

           Ainda ontem muitas pessoas mencionavam a volta de Marty McFly e o Doc Brown da trilogia "De Volta para o Futuro", eles viajaram da data de 26 de outubro de 1985 para o dia 21 de outubro de 2015 e na visão do filme muitas foram as previsões de mudança ao longo de 30 anos, muitas das quais foram acertadas e outras ainda não alcançadas, pelo menos não do modo em que o filme relatava. Em geral, a ideia que se tem, pelo menos a primeira vista, é que tudo evolua e melhore com o passar do tempo, de modo que atividades e necessidades se tornem mais práticas, instantâneas, precisas, flexíveis e facilitadas. Mas se analisarmos a passagem do tempo da década de 80 do século passado para o nosso tempo atual será que de fato as coisas melhoraram?
           Se analisarmos as tradições familiares de antes para as de agora já se nota uma boa mudança, principalmente no que diz respeito a união familiar. O fato de vivermos em uma sociedade cujos tempos atuais são sempre corridos, com muito empenho para estudos, trabalhos, viagens, negócios, entre outros, quase não há tempo de reunir todo a família ao redor da mesa durante uma refeição para discutir e conversar sobre os acontecimentos do dia ou da semana e assim até mesmo a dedicação por entender o que se passa na vida de cada membro da família se torna mais dificultada. Além do mais, atualmente os casos de divórcio são maiores e o número de filhos vivendo de modo alternado no convívio entre pai e mãe também é maior. São maiores ainda as famílias com padrastos e madrastas, filhos adotivos, mães e pais solteiros. Enquanto isso a uma tendencia a redução do número de filhos por casal, em geral um ou dois, chegando a no máximo três, sendo que antigamente famílias com mais filhos era bem mais comum. Já a educação se tornou em geral mais branda e "democrática". Os moldes da educação no passado eram mais voltados a alta disciplina, com maior rigorosidade e na punição de faltas cometidas pelos estudantes. Quem de antes não conheceu a tal da "palmatória"? Se pararmos para pensar talvez imaginemos que agora o sistema de educação é melhor, a grosso modo, mas quando se aprofunda na questão deveríamos perguntar a nós mesmos, será que em tempos atuais é algo simples ser professor? Será que os métodos atuais ainda mantém a disciplinaridade dos estudantes? Será que a motivação e o interesse pelos estudos ainda são mantidos? quando se olha os anos 80 em nosso país se nota os primeiros esforços para aumentar a taxa de alfabetização em nosso país por meio de políticas de alfabetização e também a estruturação do currículo escolar e a educação brasileira ainda continua sendo um desafio, sem contar na que a grande liberdade atual pode por vezes ser confundida com a libertinagem.
           Quanto aos hábitos saudáveis, mesmo com o avanço da medicina, parece que houve uma regressão, pois a taxa de obesidade e sedentarismo aumentaram ao longo desses últimos 30 anos. A alimentação das pessoas na década de 80 era mais saudável, baseada em vegetais, frutas e cereais. Atualmente cresceu muito o consumo de alimentos industrializados e frituras, além de alimentos mais gordurosos, processados artificialmente e açucarados. A tecnologia e a comodidade dos meios de transportes também contribuem para aumentar a taxa de sedentarismo. A vida tinha um regime mais lento, menos corrida, o que proporciona as pessoas dormirem melhor e em momentos ideais (dormir cedo e acordar cedo), algo que atualmente é bem desregulado e por vezes reduzido. Já a preocupação atual é bem mais fluente que em tempos anteriores, até mesmo pelas necessidades ambientes atuais que nosso planeta passa, como escassez da água, poluição do ar, a preocupação com novas fontes de energia, mais limpas e renováveis, uma vez que há a preocupação com o esgotamento do petróleo e outros recursos não-renováveis.
           Quanto a tecnologia e os meios de comunicação é sem dúvida que o avanço foi expressivo, até mesmo pelo advento dos famosos Smartfonestabletes e celulares, Nas televisões os tubos e cinescópios deram espaços as telas planas e surgiram também com as televisões inteligentes capazes de dividir a tela em diversas emissoras e acessar internet e redes sociais. As imagens em 3D também ganharam muito destaque. Enfim, tendências de moda, séries de televisão, filmes, musicas, a cultura em geral passou por uma grande mudança e de certa forma o comportamento humano também. A liberdade de expressão é um direito do ser humano, o maior problema é quando esse direito se volta àquilo que não é prazeroso, como incentivo a violência, cenas de sexo explicito, vida desregrada, libertinagem, uso de termos chulos e ofensivos, e aí que deve estar o maior cuidado.
           Saber se a vida melhorou em relação ao passado exige certa reflexão, pontos podem ter melhorados assim como piorados, isso depende da maneira correta que vivemos nossa vida. Saber que o mundo evolui com o passar do tempo é fato, o que nos resta responder é a seguinte questão: O mundo progrediu ou regrediu com o tempo?
           

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

A Lei e a Moral

          Que as leis são necessárias para garantir a harmonia na convivência em sociedade ninguém pode negar. Montesquieu mesmo defendia que a liberdade do ser humano provinha das leis. No entanto o que se deve perguntar é se seguir leis é agir de modo moral?
          Embora a primeira vista tenhamos a dimensão de que a moral sempre está atrelada a lei, quando de fato se reflete profundamente sobre esse assunto, ao investigar as leis não seria muito compricado ao imaginar que elas podem sim ultrapassar as dimensões morais. Sabemos que devemos seguir as leis, pois o seu não seguimento leva a punições. Além do mais, o que se espera é que as leis existam para defender o direito dos cidadões e imputar nele deveres que devam ser seguidos para manter a boa vivência em sociedade, atingido pontos econômicos, políticos, sociais e ambientais. O problema é que por vezes o seguimento das leis podem ser utilizado de modo que não atinja a um efeito moral. Assim algo pode ser legal mas não moral.
          Moral pode ser vista como um conjunto de regras que visa a harmonia da vida de um cidadão de modo que ele possa, por meio de um juízo de valores, discernir o que é certo daquilo que é errado, alcançando assim o conceito daquilo que é bom e daquilo que é mau. Há diversas situações legais, orientadas dentro das leis, que merecem reflexão de seu juízo moral (aqui citarei apeas alguns). Um exemplo são os atendimentos preferenciais em caixa de bancos, que lógicamente são legais, o problema é que ele pode passar a perder a moralidade quando uma pessoa (no caso de preferência a pessoas com crianças de colo), sabendo que poderá ganhar uma preferência no atendimento, simplesmente empresta a criança de um conhecido ou parente, ou ainda, quando pessoas mais jovens se apropriam de uma pessoa idosa para conduzir um veículo para conseguir uma vaga de estacionamento preferencial com a intenção unica de beneficiar a eles, sem de fato ter proveito a pessoa idosa. Outros exemplos ocorrem quando leis são criadas simplesmente para beneficiar a uma pequena parcela da população ou grupo interessado. Em todos os casos se pode dizer que as situações são legais, no entanto será que se pode dizer que elas são morais?
          É lógico que leis são necessárias, mas mais interessante que simplesmente seguir uma lei e agir de modo legal é ter o consentimento sobre ela e buscar viver nela também aquilo que dentro de coerentes juízos de valores façam com que ela se torne também moral, isso depende tanto de quem cria e estipula as leis quanto daqueles que dela se apropriam e a seguem.