terça-feira, 2 de agosto de 2016

A Reciclagem dos Saberes

              Um dos maiores anseios do ser humano certamente é entender o mundo a sua volta, o como as coisas funcionam, o porquê de acontecerem daquele jeito, as curiosidades mais intrigantes e tudo que há a ser desvendado neste universo a fora. Lógico que a isso tudo o ser humano se sustenta na ciência, usando métodos científicos propícios. Tão logo o conhecimento humano se baseia na ciência e em tudo que ela pode ajudar a desvendar e trazer a compreensão. Certamente o ser humano ainda não descobriu tudo o que há a ser descoberto e portanto segue em suas pesquisas e estudos. Com o tempo, mais e mais coisas são descobertas e conhecimentos sendo constantemente renovados e se o mundo não é concebido de forma estática e sofre constantemente mudanças então as concepções que se tem dele também estão frequentemente sendo alteradas. Tão logo a "reciclagem" dos saberes passa a ser necessária.
              Bem antigamente, quando o homem não possuía um conhecimento cientifico apurado era muito comum explicar os fenômenos da natureza pela vontade dos deuses, voltado a um cunho religioso. Com o tempo o ser humano passou a perceber que poderia explicar os fenômenos da natureza recorrendo o pesquisas e observações, criando métodos científicos e assim aprimorando o conhecimento da ciência. No entanto, mesmo as explicações de certas ocorrências ao longo da história apoiadas em estudos científicos passaram por correções e mudanças em suas concepções. A base da ciência se deu por filósofos, que eram ditos como os amigos do saber, praticantes da filosofia (filo = amigo, sofia = conhecimento, saber). Os filósofos usavam muito das observações, registros e reflexões para desenvolver o conhecimento que tinham de mundo e dos fenômenos da natureza. No entanto, de épocas em épocas as percepções eram aprimoradas ou mesmo corrigidas, muito devido ao avanço da tecnologia ao propiciar recursos cada vez mais apurados para estudar o observar as concepções e também a questões culturais e ao próprio anseio humano.
               A concepção de certos aprendizados por meio da ciência se baseia praticamento em dois métodos: Método racionalista ou cartesiano (René Descartes), com base no uso da razão, e o método empírico, observações e experimentos. De qualquer forma, a ciência não é capaz de explicar tudo o que ocorre no universo e todos os anos mais e mais conhecimentos são gerados, concepções são debatidas e dados atualizados. Embora, muitos imaginem o conhecimento cientifico como a base para explicar toda a natureza, não é prudente ignorar os conhecimentos de cunho religioso, conhecimentos filosóficos e empíricos (baseados unicamente no ato de observação, sem aprofundamento cientifico). Dentre os conhecimentos empíricos se tem os saberes populares, próprios do folclore, que não mais são do que a simples tradição de conhecimento que são transmitidos de geração em geração por meio do ato da observação e vivência de uma determinada cultura.
               Explicar cientificamente conhecimentos de cultura popular não representa um anseio para aqueles de estão inseridos nessa cultura, assim como também não era a preocupação dos povos antigos ao responsabilizar aos deuses certos fenômenos naturais. Muito do que as religiões pregam não estão ao alcance da ciência para explicar a existência, como os mistérios a respeito da vida após a morte, reencarnações, seres celestiais, o céu e o inferno, enfim. Também a filosofia é capaz de tornar os conhecimentos críticos por meio de interrogações e reflexões bem aprofundadas. Portanto colocar a ciência como destaque do conhecimento é algo muito arriscado.
               O saber científico não é um saber estático, principalmente quando ele se baseia em estáticas, como no caso da população de uma Nação, Estado ou município que varia de acordo com o ano da pesquisa (censo). Além do mais, o conhecimento evolui, novas situações, fenômenos e ocorrências surgem e tudo contribui para aprofundar estudos e conhecimentos, alterando e reciclando saberes.  

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