domingo, 31 de dezembro de 2017

Votos de Ano Novo

          Que no próximo ano todos seus sonhos se realize, muito amor, paz, alegria, sucesso, prosperidade, felicidades, união,...e tantas outras coisas mais que pessoas desejam umas as outras por meio de mensagens escritas ou faladas. Tudo é muito bonito e maravilhoso, no entanto, será que esses votos ainda são lembrados com o decorrer do ano.
          Há quem apele para simpatias e superstições, como se a passagem de um ano ao outro fosse um período mágico e que ali ditasse todo o ritmo dos acontecimentos de cada ano. Portanto, ali seria o auge do ano, o seu início, o seu marco zero. Mas, no fim, ao momento que vivemos, vemos que os valores parecem subitamente esquecidos, não lembrando lá do início do ano, lá daquele período mágico, cheio de simpatias e superstições, cheio de abraços e comoções, e por fim, tudo passa a assumir um papel que desvirtua os valores inicialmente desejados.
          Mensagens, gestos, palavras, tudo pode ser muito bonito, porém se isso não é vivido e observado dia-a-dia, certamente não haverá compromisso, e novamente ao término do ano elas voltarão a se repetir vazias. Estipular metas, sonhos e desejos para o novo ano de fato é algo bom, mas se ficar só na ânsia e no papel, de pouco proveito serão.
          Portanto estabeleça metas de modo a cumpri-las, sonhe sem deixar de planejar, escreva mensagens bonitas e admiráveis, mas que poderão ser vividas, deseje o que há de melhor aos seus amigos, familiares e demais pessoas, porém se comprometa a não atrapalhar o alcance dessas pessoas àquilo que lhas desejou. Faça metas e votos de um ano melhor, mas não deixe de se atentar que o primeiro dia do ano não é um dia mágico, é um dia como qualquer outro e o ano durará 365 (senão 366) dias, e não somente aquele dia, ou aquele instante que se encerra um ano para nascer outro. Mensagens podem ser bonitas, cativantes, emocionantes, de "arrancar lágrimas", mas se não vividas e observadas serão simplesmente vazias.
   
   

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Quem é rico?

         Quão rica é uma pessoa? Ela é rica de acordo com o que ela ganha? Quanto mais ela ganha mais rica ela será? A principio esta seria a lógica da riqueza.
         Agora se pensarmos naquela velha máxima: "quanto mais se ganha, mais se gasta", talvez a lógica dos que ganham mais tenderem a ser mais ricos não faça de fato sentido. Tudo que se arrecada em um período, geralmente em um mês, é a receita e os gastos são as despesas. Quando se subtrai as despesas da receita pode haver ou não sobras. Quando as sobras existem, se gera economias que podem ser guardadas, geralmente na caderneta de poupança, ou ainda investido, em fundos, ações, tesouros ou investidos em projetos futuros. Quando as sobras não existem há o equilíbrio de orçamento, embora não existam as sobram, a pessoa consegue garantir o necessário a sua subsistência. O problema, ocorre quando as despesas superam as receitas, e isto pode ocorrer não somente com aqueles que possuem um baixo ganho, mas também com aqueles que possuem receitas maiores, justamente porque as despesas e o padrão de vida devem se enquadrar no quanto ganha cada pessoa, sendo assim, aquele estímulo quanto mais se ganha, mais se gasta pode favorecer por desequilibrar a relação receita e despesa, reduzindo o quanto se economiza ou gerando gastos que são visto pela economia como "passivos", ou melhor, os que não são investimentos e visam retorno dentro de um determinado intervalo de tempo.
         Certamente é melhor, em termos econômicos, uma pessoa que ao ganhar 1.000 unidades monetárias gaste 900 delas, que uma que ganhe três vezes mais e suas despesas se equiparem ao seu ganho, ou ainda outra que ganhe cinco ou mais vezes e ainda assim possua um gasto superior ao seu ganho. É lógico que a qualidade do que se gasta também é um fator importante, pois a riqueza também se mede pelo patrimônio acumulado, patrimônio que corresponde tanto a bens móveis como imóveis.
         As economias geradas, a sobra entre o que se arrecada e o que se gasta, serve tanto para suprir situações emergências, como em casos de saúde, como para aquisição de bens, móveis ou imóveis, ou aplicação de investimentos, como em negócios próprios, empreendimentos. Isto tudo gera patrimônio e acúmulo de capital e que contribui para gerar a riqueza de alguém.
         Enfim, para gerar riqueza não basta apenas arrecadar dinheiro, mas é preciso também saber trabalhá-lo, saber controlar as despesas dentro da expectativa dos ganhos, saber consumir, gerar patrimônio e investimentos e procurar economizar, ou ao menos estipular uma meta e se esforçar para cumpri-lá. Inclusive, a importância de economizar uma parcela do que se ganha, pelo menos uns 10%, não se deve somente ao fato de gerar patrimônio e riqueza, mas principalmente para situações emergências, para suprir despesas extras, imprevistas urgentes.               

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Pense em Inglês

         Embora o titulo deste texto seja "pense em Inglês", o titulo poderia ser qualquer outro idioma que se queira aprender, uma vez que os cursinhos de idiomas sempre nos ensinam: "pense no idioma em que deseja aprender". É lógico que essa tarefa não é algo simples, porque a priori a imagem que temos é que simplesmente a língua em que pensamos é a nossa materna e deveríamos simplesmente deixar de pensar em sua existência para imaginar somente a língua que desejamos aprender, como se isso fosse o único fator determinante desse processo de aprendizagem.
          Certamente pensar exclusivamente no idioma que se quer aprender é algo muito bom, mas na verdade a pessoa que aprende um novo idioma sempre se apoiará em um idioma de contato, que não necessariamente seja o materno, embora esse seja o mais comum. Isso acontece porque o idioma de contato dá o sentido inicial das sentenças que são formuladas no idioma a ser aprendido e com o tempo esse processo se torna automático, sem que para tanto o sentido da frase no idioma de contato seja perdido. No entanto, ainda existe um outro fator que não deve ser omitido, que é justamente o fator ambiental. Sabe-se que seres vivos tendem a se adaptar ao ambiente em que vivem e isso é o que lhes garante a sobrevivência. Como o ser humano é um ser sociável ele necessita criar mecanismos de comunicação para interagir com o ambiente em que ele se encontra inserido e um desses mecanismos de comunicação é justamente a linguagem, sendo que essa pode ser expressa pelo fala, escrita, escuta e interpretação.
          Ainda que a linguagem seja processada em um ambiente dentro de um determinado idioma, este idioma pode receber variações de acordo com fatores sociais, geográficos e de instrução dos interlocutores. Essas nuances contribuem para as variações linguísticas, que podem até incidir em dialetos, além dos regionalismos, expressões e termos que possuem sentido para alguns interlocutores, enquanto que a outros do mesmo idioma não existe. Certamente este fenômeno não se aplica somente ao idioma de contato ou materno, mas também ao idioma que se procura aprender e para contornar esse problema o ideal seria pensar na forma padrão e culta, sendo que ela não varia, ela é uniforme e regida por regras (gramaticais).
          No entanto, dificilmente pessoas nativas de um determinado idioma usam a sua língua materna de modo formal, principalmente em situações quotidianas, em que tendem a ser mais flexíveis e usar expressões prontas, mesmo que elas fujam ao padrão e sendo assim, o interlocutor que não esteja adaptado à linguagem do ambiente sente dificuldades com o comunicação. Sendo assim, eles dele pensar no idioma a ser aprendido, ainda deve se preocupar com a forma com que ele é apresentado e com a apropriação do ambiente usado. O processo de pensar em outro idioma exige a mudança inclusive na forma do pensar local e na automaticidade de outros modelos de expressões, por ora até alteração de semânticas e sentenças por completo.
          Não há dúvidas que a melhor maneira de aprendizado é a convivência, pois ela exige que se adapte à cultura do meio em que se está inserido, porque as informações são formuladas e interpretadas no idioma local e de modo constante. Essa constância e iteratividade cria o aperfeiçoamento do aprendizado, uma vez que a realidade está sempre disposta, diferentemente de quando se aprende uma nova língua fora do ambiente propício a ela. Portanto, o desafio que se exige é sempre: "pense no idioma, mesmo não convivendo constantemente (naturalmente) com ele".       

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

"Humor" Politicamente Correto

           Certamente as pessoas com mais tempo de vida poderiam contar sobre uma inumerável quantidade de anedotas dos mais diversos temas e assuntos envolvendo características físicas e culturais de diversos povos e em diversos lugares. Embora muitos fossem esteriótipos, esses eram usados com uma única finalidade: promover humor. A intenção maior das pessoas era simplesmente a diversão e as conversas amistosas sem que houvesse qualquer típico de crítica ou demonstração de ofensa ou desrespeito. No entanto, para um mundo em que tudo deve estar pautado para o modelo politicamente correto, será que ainda seria possível se entreter com as piadas?
           De fato muito valores em nossa realidade estão sendo cobrados com uma intensidade jamais vista, muito se cobra respeito e descaracterização de esteriótipos ou aplicação de valores, mesmo que amistosos, que sejam ou possam acometer em teor ofensivo, seja para determinados grupos sociais, seja para grupos étnicos, seja para características físicas. Em suma, até questões de ordem linguística já estão em pauta dentro desta polêmica. O problema se torna maior quando envolve aquilo que costumam conhecer pelas chamadas "minorias", que nada mais são que grupos menores ou que assim se sentem por motivos de fatos sociais e traços culturais e históricos menosprezados pelas demais classes e, que em vista do restabelecimento da igualdade, dentro do que é considerado desigual, procuram criticar e denunciar qualquer ato que gere uma possível "descriminação".
           A principio tirar sarro, contar piadas e brincar com as características e aspectos humanos era para ser somente um instante de entretenimento, interação e proposições de momentos para rir e às vezes até de descontração, principalmente se comparado ao frenético ritmo de vida despontado nos grandes centros urbanos. Mas isso tudo já pode assumir outro aspecto, e de forma bem relevante ser visto, dentro de uma sociedade que preza por medidas e soluções politicamente corretas, como uma afronta a valores considerados corretos e ainda uma construção de mentalidades e crenças ofensivas e que podem por em risco o respeito e a harmonia pela convivência adequada entre os diversos indivíduos dentro de suas peculiaridades.
           Portanto, o que nos resta atualmente é o contentamento por um senso de humor que vise sempre ao politicamente correto, sem termos de teor ofensivo e que ressalte esteriótipos e ainda assim seja capaz de nos causar momentos engraçados. Caso ache que assim as coisas ficam sem graça, lamento informar, mas essa será a tendência se acompanhar o que vêm se tornando cada vez mais comum.   

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Releitura

       Peças, obras, artes, estórias, contos e retratos, não somente os meios abstratos mas também casos do quotidiano e demais situações reais são passíveis de serem relidas. As releituras são e foram muito comuns em diversos momentos dos últimos anos e décadas. Isso aconteceu nas artes plásticas, quando produtos e pessoas, celebridades, foram pintadas e redesenhadas por meio de outros recursos.         Reler requer uso de uma nova visão, uma nova reflexão sobre algo exposto e muitas das vezes tomar uma ideia inicialmente voltada para um tema e adaptá-la a uma nova situação ou condição. Dos exemplos que temos, pode-se destacar as pinturas abstratas do movimento pop-art, a literatura práxis e as montagens feitas por intermédio de recursos virtuais (artes digitais).
        Fazer uma releitura pode ser simplesmente uma forma de entretenimento, ou ainda um modo de passar ou vender uma ideia, ou mesmo explicitar uma critica sobre uma problemática  latente na sociedade ou no mundo em que vivemos.
        Seja por diversão, seja por interesse em criticar ou impor uma ideologia por meio da arte, para que exista a releitura é necessária a liberdade de se expressar, mas nunca deixando de lado as implicações as quais se expõem as opiniões e pensamentos, isto é, lembrar sempre da moderação.


terça-feira, 25 de julho de 2017

Capitalismo: O mal necessário

          Um sistema político-econômico estruturado em classes sociais e que necessita de uma uma estrutura hierárquica que contribui por criar classes de dominantes e subordinados cuja valorização desta base da pirâmide (chamada de proletariado) difere significativamente conforme a função do trabalhador parece estar longe de construir uma sociedade justa e com satisfação de todos os cidadãos que a compõe. Por meio deste sistema é possível identificar os parâmetros para indicar classes existentes em um Estado, desde as mais pobres até as mais ricas, e o padrão de vida e consumo delas.
          Certamente, por enxergar essas diferenças é que se pensa em um sistema que atenue ou elimine as diferenças e principalmente privilégios ou exploração de uma mão-de-obra para que alguns alcancem a riqueza enquanto outros somente sustentam uma condição mínima de conforto, ou às vezes nem isso para viverem. Nessa linha de raciocínio se pensa o comunismo, e para que, ele seja implantado e se sustente e garante uma satisfação geral de todos os cidadãos em condições de vida igual, sem diferenciação entre ricos e pobres o sistema passa a ser controlado pelo Estado. Em tese, a intenção é criar uma sociedade cujas cidadãos são valorizados de modo uniforme e o controle da produção e consumo depende tudo do Estado, e portanto não haveria diferenciação de classes e o trabalhador seria valorizado pelo seu trabalho, quanto mais produzisse mais ganharia, teoria da mais-valia. Na teoria seria uma sistema excelente, capaz de consertar os defeitos existente no sistema capitalista.
         Porém na prática não funcionou. O sistema comunista implantado pela antiga União Soviética entrou em colapso no final do século XX e atualmente são poucos os países que mantém o sistema comunista. Mesma a China, ainda comunista, já tem o seu mercado aberto para o mundo inteiro e com uma postura bem capitalista. Dos países mais fechados e que ainda sustentam um comunismo radical é possível ver inúmeros problemas, inclusive condições sub-humanas de vida. Além do mais, durante regimes comunistas a violência e insatisfação popular não reduziu e mortes continuaram acontecendo. Sem contar que regimes de governo se tornaram rígidos e repressivos e a liberdade de mercado e livre criação, práticas empreendedoras, perderam espaço.
         Embora haja uma infinidade de problemas que possam vir em decorrência do capitalismo, como a prática de consumo desenfreada, o descuido para com o ambiente utilizado para produção, capaz de gerar passivos e danos ambientais, a exagerada diferenciação de remunerações e incentivos, ou ainda a falta de estímulo à produção, o agravamento das desigualdades sociais e a sustentação de um regime econômico amparado na hierarquização de estrutura produtiva e de consumo de bens, ainda assim ele se mostra como o melhor sistema atual para ser adotado.
         Portanto, a solução está em aprimorar o sistema econômico para resolução de suas deficiências, algo que não só é possível como já vem sendo estudado em muitos lugares do mundo. Cada vez mais as nações estão vendo que não adianta apenas produzir e enriquecer, é necessário também despertar para conscientização ambiental e social, práticas essas decorrentes que se chama de crescimento sustentável e também de programas de responsabilidade social. Inclusive pensar em qualidade e valorização da mão-de-obra também é um ingrediente determinante. Muitas instituições são pensam no bem estar de seus colaboradores e procuram ouvir mais as suas necessidades e anseios, criando um ambiente harmonioso. Enfim, talvez não seja a solução implantar um sistema novo e teoricamente perfeito, mas sim aprimorar as deficiências existentes no atual.          

terça-feira, 27 de junho de 2017

Atitudes simples

           Normalmente estamos acostumados a imaginar que grandes mudanças só são possíveis com grandes feitos e realizações e mesmo com enormes revoluções. Certamente, ao se estudar as maiores transformações das história da humanidade nos deparamos com significativos e relevantes manifestos, revoluções e até mesmo conflitos armados, como guerras e execuções. No entanto, há modos pacíficos para se iniciar uma revolução ou mesmo alterar todo um comportamento desleal e prejudicial a uma boa convivência em sociedade, de modo a cultivar valores construtivos ao bem comum dentro de um convívio social. O mais cômodo é imaginar grandes alterações por meio de grandes e relativas revoluções de pensamente e comportamento, no entanto, como seria alcançar essas mudanças por meio de coisas pequenas, pequenas atitudes?
           Logicamente resolver todos os problemas pertinentes a uma sociedade não se trata de uma tarefa simples e tampouco passível de solução completa. De fato, o que se espera é que situações drásticas e alarmantes possam ser atenuadas ao máximo possível, de modo a alcançar a otimização de uma sociedade pautada nos melhores possíveis indicadores de desenvolvimento humano. A primeira vista, quando estudamos o caso de uma sociedade, seja ela a nível de uma nação ou simples município, imaginamos que profundas melhorias são possíveis unicamente com mudanças altamente relevantes, no entanto elas podem iniciar com pequenos progressos, ou melhor, atitudes simples e locais.
           O ambiente mais simples para iniciar qualquer processo de melhoria certamente é o âmbito familiar. Em família, que é uma instituição socialmente pequena, se pode iniciar os primeiros passos para um bom convívio em sociedade e angariamento de valores frutuosos e necessários. Evitar pequenos atos que prejudiquem a outros e que levem vantagens indevidos ao infrator é um bom inicio para mudanças relevantes. Além disso, a forma com que conversamos e tratamento aos demais, sem que para tanto exista uma pretensão ao realizá-la, também contribui para um ambiente melhor, comprometido e responsável. Embora existam regras, o ideal seria se todos as cumprissem não pelo simples da obrigatoriedade ou pelo temor em levar alguma penalidade ao seu descumprimento, mas sim por entender que por meio dela se pode gerar um ambiente agradável para todos, de modo organizado, solidário e respeitoso.
           Podemos pensar que pequenas atitudes não vão mudar o mundo, no entanto elas podem mudar nós mesmos e quanto mais pessoas pensarem em praticar pequenas atitudes para melhorar ao menos o ambiente em que vivem e isso se espalhar por diversos cantos do planeta, quem sabe grandes mudanças poderão ocorrer. Evidentemente isso não é um processo rápido e tampouco algo fácil de ser alcançado, porém cabe a cada fazer o seu melhor para construir um ambiente melhor, como trabalho de formigas, realizar pequenos bons gestos para alcançar realizações maiores e mais expressivas.      

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Valores Culturais

         O que identifica a cultura de um povo? Suas crenças, suas tradições, suas festas, sua língua, suas danças, sua culinária, seus valores e comportamentos, enfim os conhecimentos e sabedorias populares. No entanto, é comum que as tradições evoluam ou se modifiquem com o passar das gerações ou mesmo se mesclem a outras culturas quando há o chamado encontro cultural, isso quando não surge uma cultura dominante que se sobreponha a outra, como lembram as histórias de colonização do mundo ocidental. O que muitas vezes se precisa refletir é o fato de hábitos e valores de um determinado povo se perderem de modo a não existir mais a chamada identidade cultural.
         Quando se estuda a História da Humanidade, muito são vistos os casos de imposição de uma cultura sobre a outra, fato este que contribui para a extinção de muitos aspectos de uma cultura, como por exemplo os idiomas e o modo de se comunicar de um povo. Além do mais, aspectos de antigas culturas muitas vezes estão misturadas àquilo que se vive ou aos comportamentos atuais por meio de evoluções culturais, mas que tal influência é desconhecida até que seja verificada, estudada ou atestada. Isso leva a reflexão da validade do avanço do progresso, da globalização, da capitalização e de certos valores em relação a uma identidade cultural e toda a sua cultura.
         A manutenção de patrimônios culturais materiais e imateriais tem a sua importância justamente para preservar vivos relevantes fatos históricos e fontes que expliquem não somente os contextos históricos de épocas mais antigas, mas sobretudo para o entendimento de certos acontecimentos atuais, do porquê do comportamento de um povo e de seus valores. Também é visto que muitos são os interessados por conhecer culturas, por vezes bem distintas de sua própria cultura o que gera o chamado intercâmbio cultural (às vezes associado ao intercâmbio linguístico).  
         O que gera o interesse em muitos por conhecer diferentes culturas, viajar, conviver com àquilo que não é convencional ao seu modo de viver pode ser a curiosidade ou a vontade de explorar, de interagir com diferentes realidades, de se aprofundar em um mundo desconhecido ou para ser encarado como um estilo de vida que é o aventureiro. Outro aspecto que favorece a esse despertar para o mundo também pode ser a busca por novas identidades, novos estilos de vida, o "desfrutar do mundo" e a procura por novas iterações, novas formas de enxergar a vida.
         Enfim, os valores e a cultura de fato é o que identifica um povo e em um mundo em constante transformação é comum que eles se percam com o passar das gerações, por isso, para haver histórias a serem registradas, as memórias e instrumentos que ajudam a recordar-los devem ser mantidos e preservados.    

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Esforço do Aprendizado

            Vivemos a era digital, a era das comodidades e facilidades. Com o advento da internet qualquer tema e qualquer assunto que se queira pesquisar e estudar está ao alcance rápido e cômodo de qualquer um. No entanto, essa comodidade pode fazer com que bons livros sejam deixados de lado só ajuntando poeira, mesmo sendo ele rico em conteúdo.
            De fato a facilidade de obter um resultado instantâneo para alguma dúvida ou tarefa que precisa ser executada leva à comodidade e evita muito dispêndio de tempo e esforço. E quando se vive na pressa e correria do dia-a-dia isso ganha ainda mais importância. Para que gastar tempo procurando o significado das palavras no dicionário, acompanhando a ordem alfabética de cada palavra uma a uma? Ou ter que procurar o tema e conteúdo folhando índices e sumários de livros e passando página à página entre os dedos? Ou ainda ter que interpretar textos escritos em diversas laudas para no fim resumir em algumas poucas, senão em linhas, tudo aquilo que se pretende alcançar? Certamente tudo isso consome tempo e esforço. E umas das maiores desculpas para não ler bons livros é justamente a falta de tempo.
            O tempo e esforço costuma não ser um empecilho somente ao exercício da leitura, mas também da prática de atividades físicas e de exercícios que requerem maiores esforços físicos. A comodidade e a simplificação de tarefas e atividades deixam as pessoas menos propensas aos esforços e atividades mais trabalhosas, cujo resultado muitas vezes não é tão imediato. O "imediatismo" e a "simplificação de tarefas" no entanto pode ser um risco sério. Assim como os sedentários prejudicam sua saúda pela ausência de esforços físicos necessários a realização de atividades físicas, também a falta de critérios e seleção de fontes de leitura devido a abdicação de esforços e simplicidade de processos de pesquisa prejudica a capacidade de reflexão e confiabilidade da geração de conhecimentos. O processo de "mastigação do conhecimento" se torna tão claro que a capacidade de interpretação e reflexão sobre o tema abordado ou a fonte pesquisada se torna praticamente obsoleta, e o conhecimento se torna restrito ou alienado, além de não haver ou ser muito reduzido o esforço intelectual.
            Ir a uma biblioteca, realizar um trabalho de pesquisa a diversos livros, adquirir hábitos de leitura, ler artigos, discorrer sobre eles, todas essas são atividades de exigem tempo e esforço, mas que no entanto ajudam a adquirir conhecimento, cultura, bons hábitos, expansão de vocabulário, capacidade reflexiva e também fundamentar melhor opiniões, sem que elas venham "mastigadas", ou seja, prontas. É lógico que isto não é um processo rápido e dispende tempo e esforço, mas pode ser incentivado aos poucos, assim como as atividades físicas para um sedentário.
                 

terça-feira, 21 de março de 2017

Mobilidade Urbana

Vivemos em um mundo cada vez mais preocupado com a questão ambiental e com problemas referentes a mobilidade de pessoas de um local ao outro, seja dentro da própria cidade ou de uma cidade a outra. Pensando nisso, há uma lista de benefícios que ganha uma cidade e seus cidadãos ao investir em ciclovias e ao estímulo do uso de transportes não motorizado, como por exemplo a bicicleta. Muitos países no mundo já adotam essa prática e abaixo estão elencados alguns benefícios:

1 - Ocupação de espaço: bicicletas ocupam bem menos espaço que veículos motorizados, isto pode desafogar o tráfego em vias de alta circulação de veículos;
2 - Preocupação ambiental: bicicletas, ao contrário de veículos motorizados, não queimam combustível para o seu funcionamento, o que evita a emissão de poluentes e gases que saem pelo escapamento, contribuindo assim para um ar mais puro e agradável, sem contar que não agrava o efeito estufa;
3 - Poluição sonora: bicicletas são silenciosas, diferentes dos veículos motorizados que geram ruídos e contribuem para a poluição sonora, principalmente nas grandes cidades;
4 - Solução econômica: Manutenção de ciclovias são bem mais viáveis economicamente se comparado a vias públicas como ruas, estradas, viadutos, entre outros. Além do mais, veículos não motorizados geram bem menos custos tanto na aquisição como na manutenção;
5 - Opção saudável: pedalar é um ótimo exercício físico, além de livrar as pessoas do sedentarismo, ainda contribui positivamente para o bem estar do cidadão;
6 - Economia de tempo: sim, em alguns casos bicicletas podem representar economia de tempo, pois as frotas de veículos estão muito elevadas gerando muito congestionamento, principalmente nas grandes cidades, sendo assim elas, com o uso de ciclovias, ajudariam e muito a reduzir esses congestionamentos e reduzir tempo;
7 - Estacionamentos reduzidos: em países europeus é comum encontrar bicicletários em vários cantos das cidades. Talvez essa também fosse uma boa solução para as cidades, já que atualmente o número de carros estacionados nas ruas, principalmente nas regiões centrais, é bem elevado. Com o uso de bicicletários o espaço para estacionar um carro poderia estacionar umas quatro ou cinco bicicletas, lógico que para isso a educação e o respeito da população deve ser estimulado.

Que tal essas idéias?

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O Custo do Efêmero

            Moda! O que mais chama a atenção é certamente aquilo que está no auge em determinada época, aquilo que em inglês se chama de "fads". Quanto maior o pico da moda, maior a procura e certamente maiores serão os custos de uma aquisição. No entanto, a aquisição não precisa necessariamente ser de um produto, mas também de um serviço (produto intangível). O fato é que o uso de um serviço é efêmero, dura alguns instantes, algumas horas e nesses casos o efêmero pode ter custos bem elevados.
            Muitos poderiam se perguntar, quanto vale passar uma hora assistindo uma apresentação musical de uma banda conhecida? Ou a final de um campeonato nacional ou mundial do que quer que seja? Ou ainda assistir uma peça teatral ou circense? Ou investir em um produto em alta no mercado, que chama a atenção a vontade de consumo compulsória simplesmente para seguir as tendências que outros seguem? Enfim, quando se procura por algo, mais o que é procurado se torna valorizado. O que se pode refletir disso tudo é que o que é intangível, não palpável e instantâneo possuí serventia quanto ao uso somente por alguns instantes, seja como forma de entretenimento, prazer ou estética e que quanto mais se procura por essas efemeridades maiores são os custos atribuídos a elas por conta da tal tendência da moda.
            Certamente uma baixa procura torna um serviço mais viável do ponto de vista financeiro, no entanto, mesmo que aquilo que está em alta custe bem mais que o local e mais simples, por exemplo para o entretenimento, a procura ainda assim tenderá àquilo que faz o sucesso do instante. De fato a moda é efêmera, pode durar de alguns meses a alguns anos e para que ela não fique ultrapassada ela precisa sempre ser inovada e reinventada.
            Algo impressionante é que a procura por algum produto e serviço é muito visado no exato momento em que ele está no auge do sucesso, sendo que tão logo este momento acabe a procura se torna menor, o custo reduz, mas essa redução não se torna atrativa ante a outro produto e serviço da moda cujo valor é bem mais custoso.
            Enfim, o efêmero é caro e a razão disto é a procura, a procura aumenta devido a moda e a razão disso tudo é unicamente o público. Portanto, alguns segundos de prazer pode custar muito mais do que se pode adquirir para ser usado por dias, meses e até anos.      

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Argumentos e opiniões

          Opiniões não valem como argumentos ou será que vale?
          Em geral, argumentos necessitam uma fundamentação teórica embasada em conhecimentos pré-definidos ou estudos realizados anterioriormente, sejam estes por meio de levantamentos estatísticos ou pelo método da observação (método empírico utilizado pela ciência como meio de validação de fatos). No entanto, isto não significa necessariamente que argumentos não sejam falhos, até mesmo porque muitos argumentos podem partir de hipóteses que podem ser rebaixadas por meio de outros argumentos que se utilizam de métodos científicos. Mas será que argumentos podem prover de opiniões?
          Certamente achismos são de longe vistos desinteressadamente por textos técnicos e formais, bem como teses e dissertações, porém no dia a dia a avaliação das pessoas sobre quaisquer temas que entrem em discussão não se prende a dados científicos ou constatações, o conhecimento por muitas vezes é visto como algo subjetivo e não objetivo. A subjetividadde por vezes se atrela a própria realidade que a pessoa que emite um juízo de valor convive ou mesmo em sua experiência própria de vida. Um grande problemas das opiniões é que não é díficil de descontruí-las com base em raciocínios lógicos uma vez que seu emissor pode, o que facilmente ocorre, cometer certas contradições ou não conseguir defender aquilo que apóia quando é indagado ou pressionado sobre o tema debatido.
          Quando se acredita na ciência e a utiliza como fonte de argumentação o que se espera é que o seu método possua validade e principalmente aceitação e é lógico que isso torna a defesa de um ponto de vista mais confortável. Entretanto o que acontece muitas vezes é que temas, principalmentes os mais polêmicos, não são respondidos definitivamente pela ciência, pois ela não define uma verdade absoluta, embora ela tente encontrar uma melhor colocação para cada tema que seja abordado. Também pode acontecer de pessoas, ao debater determinado assunto, se colocar na posição de especialista e trazer de certa forma a verdade para si como se aquilo que ele entende, procurar observar e estudar, fosse a solução definitiva de um problema, porém as circunstâncias podem não reproduzir aquilo que era o esperado.
          Temas que trabalham com questões sociais não devem ser simplesmente debatidas se elas também não forem observadas e analisadas a partir de fatos, da realidade e do resultado de suas decisões, pois assim opiniões jamais construiriam argumentos. Um bom método de argumentação deveria pautar não só a fundamentação da teoria de um assunto (sua justificativa) mas também um método apropriado e uma reflexão aprofundada dos resultados de um ponto de vista, ou seja, nas consequências, sem que para isso haja um desprezo às circunstâncias (contextos).
          Em suma, opiniões são muito mais frequentes do que argumentos. Além disso, o conhecimento objetivo não precisa a todo instante se sobrepor ao conhecimento subjetivo, até mesmo porque as pessoas são diferentes não só em suas opiniões, mas também em todo seu contexto, seja ele cultural, histórico, social, de fenotipo, de dons e habilidades, entre outros. No fundo esta diferença é relevante e não só pode como deve ser constrututiva.