sábado, 29 de dezembro de 2012

A Culpa da Lei?

        Não é estranho culparmos a fragilidade das leis para tantos erros que vemos acontecer ou criticarmos a corrupção que existe na política. Isso é tão comum, ainda mais quando é mostrado pelos meios de comunicação e muitas vezes vemos que nada é feito. O povo manifesta, o povo se indigna. A corrupção é alarmante, não podemos ficar de braços cruzados, devemos protestar e manifestar nossa indignação. Mas afinal, será que as leis são muito frágeis e mal elaboradas ou no fundo nós não estamos dispostos a cumpri-la, justamente na esperança de alcançarmos sempre vantagens?
        Rousseau costumava afirmar que a essência do homem é boa, ao contrário de Montesquieu, só que no entanto o meio em que ele atua acaba que por corrompê-lo, estragá-lo. Temos muitas vezes a vontade de criticar os atos de corrupção, sem levar em consideração que em nosso meio somos capazes comete-la com a maior naturalidade possível. A ambição e ganância com muita naturalidade pode nos culminar para atos desonestos, simplesmente por uma vontade imensa de levar vantagem, de obter lucro. E muitas vezes nem refletimos o que nós próprios fazemos e tão logo condenamos a outros.
        Criticar é justo, é do direito, no entanto mais importante que a crítica é o exemplo que se dá. É pouco o efeito de uma crítica se o ato que se faz não corresponde a ela, seria como querer que os outros façam aquilo para que para ti é desnecessário. Não adianta falar da inércia da lei, das brechas que ele  tem para disso se favorecer, se no fundo não há preocupação alguma em obedecê-las. Como a lei que diz para não dirigir se beber, pois embora todos saibam da real necessidade dela, é tão normal muitos a ignorarem, ou mesmo pagarem suborno por uma infração cometida no trânsito e pelos guardas que o recebem.
        A nossa corrupção se estabelece não somente em grandes coisas, mas também em pequenos. O simples fato de mentirmos ou omitirmos, enganarmos no peso de alimentos ou nos preços, aplicarmos golpes, chantagearmos ou nos aproveitar da fraqueza de pessoas indefesas. O valor da honestidade perde pouco a pouco seu valor na sociedade, inclusive isso é tão normal que o anormal é a ocorrência dela. Também devemos lembrar que não adianta protestar contra a corrupção da política através de atos de vandalismos e violência, pois agiríamos da mesma forma covarde como age nossos representantes.
        Aristóteles já dizia que a solução de um problema deve sempre iniciar a partir de nós mesmos, só assim poderíamos interferir no bem das pessoas ao nossa redor, como na nossa família. Após atingirmos nossa família teríamos a capacidade de atingir também aos nossos vizinhos e logo atingiremos uma vila. Se em todos as vilas essa prática fosse respeitado, logo um bairro todo seria melhor e com os demais bairros, logo a cidade seria melhor e teria a solução para o seu problema. Antes de criticarmos e condenarmos é imprescindível que ajamos como legítimos cidadãos, de forma ética e exemplar, do modo como realmente queremos que sejamos nossos representantes. Então, lembrem-se que uma boa cidade é formada antes de tudo de bons cidadãos.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Soluções ou problemas de Etiqueta?

         Quem nunca viu aqueles jantares elegantes, cheio de talheres esparramados pela mesa, pratos e taças, as luzes das velas, os guardanapos e todos os exuberantes arranjos da mesa. É lógico que isso não ocorre devidamente em todos os lares. normalmente isso se vê em eventos especiais ou para as classes mais elevadas da sociedade. Agora, será que tudo isso é realmente necessário? Abaixo foi elencado alguns pontos:

  1. Segunda a etiqueta, nas refeições costuma-se utilizar uma quantia enorme de talheres, para cada parte da refeição: Entrada, refeição complementar, prato principal e sobremesa (as vezes sopa); usa-se talheres próprios. Imagine a quantia de louça que ajunta para ser lavada, imagine a quantia de água a ser usada ou mesmo energia elétrica consumida em caso de uso de lava-louças. Isso tudo implica em consumo desses recursos, o que ecologicamente falando não é muito conveniente;
  2. Pessoas costumam acompanhar as refeições de bebidas: Água, vinho e espumantes. Pode ser estranho, mas o mais conveniente é não beber nada meia hora antes das refeições, durante as refeições e depois delas, uma vez que nesse período ocorre a digestão dos alimentos consumidos que se encontram em nosso estômago. Se mesmo assim quiser acompanhar com alguma bebida, melhor seria ingerir após a refeição desde que seja quente (café ou chá), uma vez que bebidas quente costumam desintegrar (desunir) o bolo alimentar que chega ao estômago, facilitando a digestão;
  3. Refeições do dia-a-dia normalmente demandam menor tempo e costumam ser realizadas em uma única etapa, sendo em muitas vezes economicamente mais viável. Mais interessante que dividir as refeições em várias etapas, é saber se alimentar adequadamente, sem exageros, se utilizando de todos os alimentos de forma saudável e se servindo realmente daquilo que realmente irá comer. As sombras geram desperdícios e desperdícios não são agradáveis;
  4. A etiqueta se preocupa muito com a posição dos talheres e com as mãos adequadas para manipular cada um deles (o garfo fica na mão esquerda enquanto a faca fica na mão direita), mas sinceramente, mais importante que as posições dos copos, pratos, guardanapos e talheres é usá-los de forma higiênica, agradável e saudável, por mais que inverta a posição dos talheres a serem conduzidos pelas mãos, por mais que use somente o garfo sem a faca ou mesmo se preferir trocá-los por colher de chá;
  5. Uma boa prática que podia ser realizada, que não faz parte da etiqueta, seria ingerir uma laranja após cada refeição ou, se tiver, após a sobremesa, uma vez que a laranja ajuda a desintegrar as moléculas de gordura facilitando a digestão e também uma maçã para ajudar na limpeza dos dentes;
  6. Nunca se esqueça de duas regras elementares, antes de se alimentar lave bem as mãos e após a refeição escovar bem os dentes. Os guardanapos são usados só como auxilio durante as refeições (limpeza das mãos e boca), assim como os palitos de dente, o melhor mesmo seria deixá-los em cima da mesa em local de fácil acesso para uma eventual necessidade;
  7.  Independentemente do que diz a etiqueta, uma boa refeição deve ser feita visando sempre a saúde e higiene, nada de comer muito rápido sem mastigar direito, procure sempre prestar atenção na refeição e  não coma nada além do que realmente é necessário;

domingo, 9 de dezembro de 2012

Estórias de Natal

           Como bem se sabe, o Natal vem se aproximando, e, com ele também as estórias que se conta, as tradições, os costumes e hábitos. É o papai noel, as renas, as arvores natalinas decoradas, grandes e elegantes, cheias com luzes brilhantes e coloridas. Que o Natal é uma data festiva, divertida em que todos se reúnem e ceiam com sorrisos e gentilezas, e depois vem troca de presentes e todos os desejos de felicidades, como em catões natalinos, todos também devem estar se acostumados a isso. Mas no fundo, seria isso mesmo o Natal?
           Qualquer um poderia comemorar essa data como bem quisesse, no entanto, parece que a maioria das pessoas tem a mesma visão. Quanto mais se aproxima o Natal, mais se apressa as correrias, as lojas lotadas, os shoppings cheios, tudo enfeitado, tudo decorado. A imagem do papai noel é clássica, parece até figura obrigatória em uma celebração natalina. Cada um conta sua estória, sejam as renas voadoras, seja o bom velhinho descendo os chaminés das casas. A programação da televisão nessa época sempre incrementa isso, seja por programas seriados, seja pelos filmes, cada um a sua versão.
           A verdade é que muitos seguem esses hábitos por verem a tradição, as vezes pelo impulso, ou por seguirem aquilo que todo mundo segue. Elas vem que o cenário é belo se houver presentes ao pé da árvore enfeitada de natal, e é divertida se complementada com bebidas, muitas vezes de consumo exagerado. A mesa da ceia mesmo, parece que tem que estar repleta, o peru não pode faltar. Tudo por hábito, que muitas vezes não se sabe donde vem. E no fundo, se parar para refletir, tudo acaba por ser influenciado por hábitos consumistas: A pressa de encontrar os presentes para todos da família, por mais que o outro não precise de nada, por preparar a ceia com tudo que deve ter nela, muitas vezes com interferências de superstições, por enfeitar toda a casa, pelo papai noel, entre outros.
           Mas além disso, o Natal é uma festa cristã, e quantos sabem disso? Dentre os símbolos há a vela, e quantos tem o hábito de acender uma simples vela na noite natalina? Há os sinos, a estrela de Belém e os anjos, e quanto conhecem essa história? Quantos preparam o presépio e reparam no que nele é colocado? E afinal, quantos se perguntam o que comemoramos no Natal?
           O que muito se contas são estórias de Natal ao invés de histórias de Natal. Não há mal algum em contar estórias, trata-se de um tradição de um povo conceber as coisas de seu modo, uma cultura popular, lendas e mitos. Mas o que não podemos é  viver um natal apenas de estórias e não de histórias.