sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Ter cíume é sentir amor

        É muito comum as pessoas imaginarem que quando em um casal um sentir ciume um do outro é justificado como motivo de demonstração de amor, pois é comum pensar que o ciume é uma prova de que alguém realmente demonstra amor por determinada pessoa, do contrario não haveria necessidade de demonstrar esse sentimento. Isso tudo leva a implicação que quem tem ciume é porque ama.
            Também é muito comum ouvirmos, principalmente quem frequenta alguma igreja cristã, seja católica ou evangélica, dizer que Deus ama tanto a humanidade que permitiu que o homem fosse livre para tomar todas as suas decisões, ou seja, é aquilo que chamamos de lei do livre-arbitro. Se reparar bem, quando uma pessoa sente ciume de seu companheiro(a), ela assume atitudes de vigilância, e com facilidade sente-se incomodado com simples atitudes e gestos de seu(sua) companheiro(a), isso leva a pessoa a um sentimento de posse por alguém, de modo que esse certo alguém tivesse que sempre corresponder as suas expectativas. Sabe-se muito bem que na maioria dos casos uma mãe sempre sente muito amor pelo seus filhos e vela sempre por eles, mas a própria mãe sabe que em um determinado instante da sua vida não terá tanto a presença do filho, pois é comum que ele comece a sentir suas próprias responsabilidades e também construa uma nova família e mesmo um novo lar. A mãe que sabe disso e vela muito por seu filho, por ver a felicidade dele e pelo amor que sente por ele, se vê na qualidade de apoiar o filho em suas decisões, mesmo que a isso lhe custe a permanência do filho junto de ti, pois no fundo ela quer a felicidade de seu filho. Da mesma forma, quando Deus concedeu o livre-arbitro ao homem, pelo grande amor que sente com a humanidade, deu a ela a liberdade, pois também queria que o homem construísse a sua felicidade. Nesse formato, a mãe concebe a liberdade ao filho, pois espera que ele encontre sua felicidade. Ela ama seu filho, mas sente que não pode prende-lo por muito tempo a ti, por isso dá a liberdade para que ele construa sua vida, mas sempre que preciso, ela sempre estará a apoiá-lo.
            Pessoas nascem livres, recebem o amor de seus pais e por mais que o amem, sabem que não podem prende-lo pelos seus sentimentos a eles. Nesse sentido, levando em consideração que o maior amor que alguém pode ter é dos próprios pais, pois trata-se de pessoas que amam aquilo que por eles foi gerado, pode-se ver que o amor não se consegue-se apoiar em um sentimento de vigilância e posse constante, ao que denomina-se ciume, pois chega uma hora em que os pais darão liberdade aos seus filhos e o apoiaram em suas decisões, ou seja, o amor estaria atrelado a liberdade. Quando se forma um casal, ou ainda em namoro, quando este se sustenta pelo sentimento de ciume, a liberdade deixa de existir e o amor passa a deixar de ser um sentimento natural para se tornar um sentimento de posse, seria o: Se tenho ciume é porque amo, algo que muito as pessoas dizem. As pessoas não nascem presas a um sentimento de ciume, quando são amadas pelos pais, o amor é algo natural, os pais amam simplesmente porque amam sem uma condição para amar. Não devemos confundir amar com possuir, ninguém deve ser dono de ninguém. O amor deve ser um sentimento natural, algo que a pessoa realmente esteja determinada a se predispor. Amar alguém é querer o bem dessa pessoa, fazê-la feliz, assim como os pais dão a liberdade ao filho para que ele busque sua felicidade, sem deixar de ama-lo, assim também deveria ser um casal, pois se o que unir um casal for um sentimento de posse, um sentimento de ciume, um casal não está unido por um amor verdadeiro, mas por algo forçado, uma farsa, um grande engano e que nunca conseguirão alcançar a verdadeira felicidade.    

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